A caminhada continua...

Em breve novo local e horario das reuniões, todos desde ja são bem vindos, aguardem...

O que é o Caminho?

O Caminho é mais que um lugar ou um clube de iluminados. Trata-se de um movimento de subversão do Reino de Deus na Terra. Clique aqui

quarta-feira, 28 de abril de 2010

O DEUS QUE CONHECE OS SEGREDOS DOS CORAÇÕES


Textos para meditação: Salmo 19 e Romanos 10.


Só Deus conhece as pessoas. Ninguém mais. O que acontece entre um ser humano e Deus é sempre um mistério.

Quem crê no Evangelho pode andar com a segurança da vida eterna, pois conheceu e creu. Esta é a segurança.

Quem não ficou sabendo, Deus sabe, entretanto, do que tal pessoa soube. E isto é o que interessa. Deus sabe. E Deus é bom.

E como Jesus é a verdadeira luz que vinda ao mundo ilumina a todo homem, esse assunto pertence a Deus. Somente Ele sabe onde a Luz brilhou.

Quem passa no caminho das Boas Novas e crê, recebe o benefício de andar pacificado e consciente—em fé—de que ele mesmo já está reconciliado com Deus; visto que Deus estava em Cristo reconciliando o mundo consigo mesmo.

Digo isto porque confundimos o Evangelho de Jesus com a pregação da religião, ou com o testemunho dos homens.
O Evangelho é de Deus, e não dos homens. O evangelho é para os homens, mas não pertence a ninguém na Terra.

Assim, indo...anuncio a Boa Nova a toda criatura; quem crê, vive em paz; quem não crê, não é quem “não aceita a Cristo”, necessariamente; pois, muitas vezes as pessoas ouvem e rejeitam não a mensagem, mas a estranha mistura entre o que seria a mensagem e as embalagens dos mensageiro; e que para a maioria das pessoas parece não se diferenciar da mensagem; visto que boa parte do que nós chamamos de pregação da Palavra, nada mais é que pregação do Cristianismo. E o Cristianismo é um fenômeno humano de natureza político-econômico-religiosa. Portanto, um partido.

Assim, o Cristianismo é apenas uma religião como qualquer outra da Terra.

Somente Jesus sabe quem se abriu e quem se fechou para Ele.

A rejeição ao Cristianismo não é rejeição a Cristo.

Jesus é Sumo-Sacerdote segundo a ordem de Melquizedeque; portanto, é salvador não apenas dos descendentes de Abraão ou dos cristãos—pois o próprio Abraão reconheceu que Melquizedeque lhe era superior—; mas é salvador de todo ser humano para quem Deus decidir que as Suas Boas Novas devam ser aplicadas. Seja entre judeus, índios ou americanos.

É meu privilégio pregar o Evangelho. O que me deu vida eu quero que dê vida a todos também. É mandamento de Jesus. É meu prazer dizer ao mundo quem Ele é para cada criatura.

No entanto, eu sei que Deus trabalha até agora...

Sei que o Espírito sopra onde quer. Sei que a verdadeira luz ilumina a todo homem. Sei que o amor de Deus constrange corações em todas partes da Terra. Sei que Ele conhece os corações; e que Ele é amor.

E, sobretudo, eu creio que Ele é soberano e que Sua majestade é pura Graça.

De fato, o que aqui confesso é que há estrelas, jumentos, defuntos, recém-nascidos, galinhas, anjos, ventos, arcanjos, saraivadas, serafins, pregadores, querubins, uirapurus, trombetas, luares, cornetas, chuvas finas, e profecias; olhares, esturros, sussurros e berros; burros, e águias; homens e abelhas; cultos e tragédias; loucuras e sabedorias; e tudo mais que existe, gritando a voz de Deus, e chamando a todos os que habitam sobre a Terra, para que ouçam a voz do anjo que voa pelo meio do céu, e que tem “um evangelho eterno para pregar”, e que diz:

Temei a Deus, e dai-lhe glória; sim, a Ele que criou o céu, a terra, os mares e as fontes das águas.

Minha oração é para que as pedras clamem, os galos cantem, os jumentos falem, as estrelas andem pelo céu, e as muitas águas declarem a Sua Voz.

Meu clamor é para que nossas noites sejam visitadas por sonhos, e que Deus mesmo nos fale e nos ensine o que nos revelou.

Minha esperança é que a Escritura vire Palavra, e a alma não tente se fartar de letras, mas sim do espírito.

Meu desejo, de todo o coração, é que por toda terra se faça ouvir a Sua voz, e as suas palavras até os confins do mundo.

Caio

sábado, 24 de abril de 2010

POR QUE VOCÊ BUSCA O BEM?



Por que um homem busca o bem? A resposta verdadeira, na maioria esmagadora dos casos, é: Por medo de Deus, ou do Inferno, ou da Lei ou do Estado — e também do cônjuge! (rsrsrs). Poucos fazem o que é bom porque o que é bom faz bem. Tudo o que é bom faz bem. Faz bem! É simples assim! Além disso, é bom! Pois se algo, em sendo considerado bom, nos faz mal; pode até ser em si uma coisa boa, mas se não fizer bem a quem a experimenta, para esse a tal coisa não é boa. Há então algo que seja bom e que não faça bem a todos? Claro! Pois se houvesse essa coisa ou ser, ele teria que se tornar um “Ele”; visto que somente Deus pode fazer bem a todos a um só tempo. Somente Ele conhece todas as variáveis infinitas de qualquer questão, existência ou possibilidade. Por isto somente Deus pode fazer bem a todos a um só tempo. Porém, em nosso mundo de relatividades — pois relativos somos todos nós, bem como tudo em nós —, todas as coisas existem sob o signo da relatividade. Portanto, o que é bom para uns, nem sempre é bom para outros. Entretanto, nenhuma escolha será boa se ela fizer algum mal desnecessário e deliberado a quem quer que seja. Jesus nunca nos disse o “por que” de se buscar o que é bom. Ele assumiu que todos sabiam o que era mal. E, por essa razão, propôs de saída o que era bom num mundo de ambigüidades e maldades — mas sem muitas palavras; porém com muitas ações. Para Ele chorar não deve ser algo buscado, mas é bom chorar. É uma pena que o mundo precise sempre de misericórdia, mas a misericórdia é boa. Não se deve pecar contra o irmão, ao mesmo tempo em que Ele manda o irmão ofendido perdoar até 70X7 o seu ofensor se ele vier pedindo sinceramente o perdão. Para Jesus, embora o inferno existisse, não era ele o motivador de nada, aparecendo nas falas de Jesus como um fato-da-consciência do juízo. Mas para Ele o inferno não tinha o poder de conduzir nada e nem ninguém a Deus. Inferno é extinção e juízo; não tendo em si mesmo a força da criação e produção de amor. Em Jesus a única razão para se buscar o que é bom e o que faz bem, é porque o “Pai celeste é assim!” E mais que isto: é porque o Pai celeste faz assim com todos, maus e bons! Mas nos proíbe de separar o joio do trigo; ou seja: os maus dos bons! Desse modo, para Jesus, o homem deve buscar o que é bom apenas a fim de ser como o Pai que está nos céus. E, como decorrência, ser filho de Deus num mundo de filhos de desejos do inferno e do diabo; desejos de morte, de divisão e de desvalor. Esta é a missão do seguidor de Jesus, conforme Ele mesmo: Ser como o Pai celeste no mundo! Portanto, Jesus não ensina as leis da bondade, mas, vivendo entre nós, ensina como um homem pode ser servo da bondade como bem para si mesmo e para os outros. Jesus ensina que o trágico Fim do que é bom é a Ressurreição dos mortos! O prazer de Jesus no que é bom tinha a ver com Seu prazer na vontade do Pai, que é vida; e, também, pelo Seu amor absoluto a tudo o que é criação do Pai. Para Jesus, não se tem que buscar o que é bom; mas antes disso, tem-se que olhar para cima, para o Pai, e buscar apenas refletir esse Rosto Invisível de Amor. Assim, para Jesus, o que é bom tem que deixar de ser uma aspiração e passar a ser a respiração do ser!

Nele,

Caio

AFASTA DE TEU CORAÇÃO O DES-GOSTO E DE TUA CARNE...


Para ler: Eclesiastes 11 e 12


O livro de Eclesiastes nos faz recomendações aparentemente contraditórias. Sim, porque de um lado se recomenda que o jovem recreie seu coração, ande por caminhos que agradem aos olhos e que satisfaçam o coração. Então, depois desse estímulo, aparece uma frase que diz: “Sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá conta”.

Ou seja: diz que se deve recreiar a alma, escolher o caminho belo, e agradar o coração, para então depois chamar a atenção para uma possibilidade quase nunca considerada nesta existência, que é a de que é possível se divertir saudavelmente, apreciar o que é bonito, e agradar a própria alma, sem fazer disso algo que necessariamente seja mal.

Afinal, Deus pedirá conta um dia de cada ato do ser... Mas, tal fato, não tem que ser visto como um convite à evasão de tudo o que possa significar alegria. Por esta razão o texto prossegue estimulando o jovem a experimentar as boas alegrias e os bons prazeres.

Assim, a recomendação é para que o jovem não se iluda com as falsas alegrias, nem com as belezas que não alimentam também a alma, e com as satisfações que não completam o ser.

Portanto, se diz: “Afasta, pois, de teu coração o desgosto e de tua carne a dor, porque a juventude e a primavera da vida são vaidade”. E prossegue recomendando que se faça isto “antes que cheguem os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer”.

Desse modo o equilíbrio da revelação da sabedoria nos põe no caminho do meio na existência, afastando-nos dos pólos e dos exageros em tudo.

Infelizmente, na maioria das vezes, a juventude é desperdiçada no jovem!

É por esta razão que se passa da vida do jovem..., e se diz: “... antes que venham os maus dias...”—; fazendo-se, então, uma descrição de como pesa a vida de um velho. Sim, porque a velhice em si é canseira e enfado. Porém, quando o velho foi um jovem que desperdiçou a sua juventude no desgosto e na dor, sua idade avançada será amargurada e triste.

Desse modo, o que o Eclesiastes pede é que aqueles que, na juventude, se alegram, o façam com alegria verdadeira; e não com as euforias que só geram, ao final, desgosto e dor.

Daí o apelo: “Afasta de teu coração o desgosto e de tua carne a dor...”

Ora, o estranho é que as maiores dores e desgostos que alguém pode carregar vida afora, em geral, são aqueles que decorrem de uma juventude que se desperdiça na insensatez do jovem empolgado com a primavera da vaidade.

Assim se fica sabendo que a verdadeira juventude não é irreflexiva e nem inconseqüente!

Entretanto, o conselho da sabedoria não está na evasão da alegria, mas na educação dela; de tal modo que nenhuma alegria seja a vereda do desgosto, da descrença e do cinismo; e, nem tampouco, seja algo que consuma a carne com desgastes que não se tornarão em capital de bem estar para o futuro.

Hoje, quanto mais vejo a moçada tratando sexo como “hot-dog” e vejo a proliferação de “ficadas” que só deixam para trás o imperceptível desgaste de alma (fruto da troca de energias espirituais que não são boas) —, penso que nunca foi tão importante que se creia — e apenas se creia com base na saúde proposta na sabedoria divina, e não em nenhuma “moral exterior” — no quão danosas são para o ser (da carne ao espírito), essa cultura de desgosto e dor que se espalha pela terra.

Sim, porque no final, não é apenas questão de botar uma camisinha ou tomar um contraceptivo feminino, transar, lavar, botar a calcinha ou a cueca, bater um bom papo sobre a cama-coisa-nenhuma, e pensar que isso é apenas massagem erótica, e nada além disso.

Na realidade, conforme tenho dito, um casal que deseja ter uma vida juntos, tem que tecer tal existencial de modo processual, pois as coisas do amor não são automáticas, mas tecituras de gestos feitos no cotidiano e no tempo, um dia depois do outro.

Entretanto, conforme Paulo, a “fortuidade” existencial, como o unir sexualmente des-significado com alguém, gera um espírito, um outro termo, uma alteração na essência da pessoa; pois, tudo o que não é amor, é automático para o mal, produzindo transferências de natureza estranha, e, por vezes, deixando na pessoa uma sombra que, na maioria das vezes, ela não sabe nem mesmo de onde veio.

Isto sem falar que a opção por alegrias sem significado des-significam o ser; o que gera desgosto e dor de natureza psicológica e existencial.

Nestes dias, percebo que a grande dor humana já não advém do sentimento de “repressão”, como aconteceu nos séculos que nos antecederam. Prova disso é que a doença feminina por excelência, era a histeria, a qual é quase sempre o resultado da repressão, especialmente a de natureza sexual. Hoje, todavia, a histeria deixou de ser a grande vilã das angustias da alma, e se vê o crescente domínio da “Síndrome de Pânico”, tanto em homens como em mulheres; a qual (a Síndrome) produz sentimento de desamparo, orfandade e solidão.

Assim, quanto mais as pessoas se dão, mesmo que livres da repressão, sem o saberem, viajam para o pólo oposto, que é o da solidão e o do abandono.

Desse modo, o convite divino é para que a alegria seja verdadeira, o belo carregue sentido e significado, e para que o que chamamos “satisfação”, não seja auto-engano, mas verdade boa para o ser.

Não adianta tentar viver em qualquer dos dois pólos... Ninguém consegue neles encontrar vida.

Aliás, é Paulo que, aos Gálatas, diz que não se deve tentar viver nem sob as repressões da Lei e nem tampouco na Libertinagem e seu poder de introjeção; pois, no primeiro caso, a alma mergulha no desgosto de nunca ter sentido nenhum gosto; e, no segundo caso, ela se abisma no mundo das diversidades que criam legiões de espíritos e de sentimentos herdados pela alma em razão do excesso de trocas des-significadas.

Portanto, aproveita tudo aquilo que aproveita-aproveitar; e não te percas na multidão de prazeres que são apenas a injeção do desgosto e de dor de corpo-imagem na alma.

Todo aquele que desconhece tal equilíbrio, não importando o pólo no qual viva, experimentará muito desgosto e muita dor nesta existência; desperdiçando a força da juventude enquanto é jovem; e apenas acumulando para si os pesos de amarguras e de dores de ser que se estocam para os anos dos quais se diz: “Não tenho neles prazer!”

Pense nisto!

NEle, sem caretices ou carrancas morais, mas visando à formação da face de Cristo em todos nós,

Caio

quarta-feira, 21 de abril de 2010

CRESCENDO EM ESPERANÇA


No Evangelho a esperança é essencial à vida.


De fato o Evangelho é Boa Nova de esperança para a presente existência e para a vida que é sem fim.

Esperança, segundo o Evangelho, é Graça do Espírito Santo em nós.

Pela esperança se diz que o ser é santificado, pois, “a si mesmo se purifica todo aquele que Nele tem esperança”.

Pela esperança se diz que o ser é mantido vivo, posto que é pela “ousadia e exultação da esperança” que se enfrenta o absurdo da existência sem fraquejar na fé.

Pela esperança a alma é preservada em adoração, mesmo que unindo seus gemidos aos da criação.

O caminho histórico existencial do desenvolvimento da esperança em nós é algo que começa na fé.

Justificados ... mediante a fé ... temos paz com Deus.

Tal fé nos imerge no ambiente da Graça na qual estamos firmes. Assim, aprendemos a nos gloriar na esperança da Glória que Deus tem reservado para todos nós que estamos em Cristo. Mas, não somente isto, pois, aprendemos a nos gloriar não apenas na glória da glória, mas também na glória da tribulação no tempo presente.

A Graça do perdão (justificação) cria um ambiente, um estado de existência na Graça para o ser que confia. Nesse ambiente tudo remete para a esperança.

Viver na Graça é viver em esperança. Na esperança da glória eterna. Na esperança da presença real do Espírito nas tribulações de ainda.

Entretanto, é por tal esperança que o coração se alegra em Deus tanto nas coisas por vir como também nas dores que já vieram e ainda virão — sabendo que mesmo que o que nos venha seja tribulação, ela, a tribulação, quando vivida na esperança da glória de Deus, cria e forja o caminho que nos fará mais forte, mais rijos, mais audazes existencialmente, mais perseverantes, mais experientes, mais esperançosos...

Na Graça a tribulação aprofunda e enraíza a esperança.

Assim, quando a esperança passa pela estrada da dor, o que ela gera, caso continuemos firmes na fé, é um ser forte, que não desiste, que aprende e usa o que aprendeu, e que passa a não ser mais confundido pela dor ou pela perplexidade, posto que se diz que a esperança que o visita nessa jornada, não confunde a pessoa, antes dá a ela aquele paz-certa, e que sabe que tudo tem a ver com o amor de Deus por nós.

Ora, quando o processo se fecha assim, então, mais do Espírito Santo é derramado em nossos corações...

Mas para se ter esperança para viver na terra, tem-se que ter a esperança da glória que é para além do imediato. Ou seja: tem-se que ter a esperança da glória de Deus.

Sem que a mente esteja cheia da certeza da glória eterna, o que sobra como esperança para o tempo presente?

Assim, sem a esperança celestial não se tem chão no caminho imediato.

É a esperança da glória de Deus o poder existencial que me dá força para perseverar, para aprender, para crescer em esperança, e para ter o coração pacificado para além das dúvidas. Posto que a esperança que vem depois de toda tribulação é o antídoto contra toda duvida. A esperança não confunde.

Hoje as pessoas já não têm mais a exultação na esperança eterna. A maioria vive de projetos, de campanhas, de pequenos desejos, de sonhos de consumo. Essa é a glória dos crentes de agora. São filhos da esperança de açúcar.

Assim, tendo glória apenas como prosperidade terrena, tais pessoas jamais ganham densidade espiritual e jamais ficam firmes na fé.

Entretanto, quem não encher o coração com o peso da glória eterna, não terá o poder para suportar as ondas de tribulação que estão por vir sobre todos os habitantes da terra.

Eu só aprendo a me gloriar nas próprias tribulações se meu coração se glória diariamente na esperança da glória de Deus!

Sem esperança a “fé” é um bingo, uma aposta, uma loteria, um torcida nervosa acerca de alguns sonhos imediatos de consumo ou de sucesso.

Mas tal “fé” não suporta as tribulações da vida.

Nele, que nos chama à verdadeira esperança,

Caio

O FRUTO DA NOSSA BOCA...


A boca fala do que está cheio o coração!



Tanto em Mateus 12 quanto em Lucas seis Jesus vinculou o fruto mais natural do homem ao que ele fale e confesse com a boca como resultado de seus pensamentos e idéias.

A boca fala do que está cheio o coração!

Pela boca brotam as sementes que evidenciam a natureza dos pensamentos e emoções do homem.

Assim, a língua, a boca e o coração fazem um alinhamento que não se pode evitar.

Por isto é que na realidade da existência, longe dos palcos das aparências, mais cedo ou mais tarde a boca haverá de manifestar o que se tem de fato no coração-mente.

Dessa forma pensamentos maus e maliciosos são as primeiras evidencias de quem nós somos ou estamos nos tornando...

De igual modo pensamentos bons e generosos em misericórdia são os primeiros frutos de um homem bom ou que esteja se tornando bom em Deus e para Deus.

Sim, nunca teremos uma vida diferente do que nosso pensamento produza.

Pensamentos nunca são segredos...

Eles se confessam a si mesmos pelos frutos de nossa vida...

Será apenas uma questão de tempo e os pensamentos formatarão o homem conforme o que ele pense e confesse para si mesmo!

As farturas do coração, os seus tesouros, bons ou maus, aparecerão sempre, e darão os seus frutos...; e tudo começará em nossos processos mentais, em nossos pensamentos, os quais se tornarão tão mais fortes do que qualquer outra inibição, ao ponto que, com o tempo, evidenciarão quem somos ou nos tornamos...

Por isto não brinque de pensar o mal... Afinal, quem pensa o mal se torna moldado por ele...

Cuide para que sua mente não se torne uma semeadora de espinhos e toda sorte de produção amarga e venenosa, pois, uma vez que assim seja você será a própria realidade que você pensa sobre a existência e sobre o seu próximo.

Afinal, nenhum de nós é feito de carne, mas de pensamentos...

Sim, somos o fruto dos nossos próprios pensamentos...

Pense nisso!

Nele, que assim nos ensinou, e de cuja verdade ninguém pode zombar sob pena de danar a si mesmo,

Caio

domingo, 18 de abril de 2010

LUZ, TRANSFIGURAÇÃO, PERFUME, TENDA E EDIFÍCIO: a nova criatura.


Paulo diz, escrevendo aos Corintios, que o encontro com Jesus, com Jesus segundo o espírito e não segundo carne — gera a nova criatura; ou, conforme o grego, uma nova criação, um gênesis espiritual; com o inicio de uma nova ordem a partir do interior de cada novo homem/criação de Deus.



Anteriormente na mesma carta/epístola ele já usara imagens diversas para significar essa nova criação segundo o espírito.

Ele fala do Perfume de Cristo. Fala da Transfiguração mediante a contemplação da face de Cristo com o rosto descoberto. Ele fala do Novo Gênesis: “Deus disse: Haja Luz — e esta Luz resplandeceu em nossos corações para iluminação da face de Cristo.” Ele fala do Tabernáculo Temporal em contraposição ao Edifício Celestial que nos aguarda.


Assim, para ele, a nova criatura era também um ente perfumado pelo amor de Deus; era um ser vivendo em estado de Transfiguração e mutação segundo a imagem de Cristo [pela Sua contemplação mediante o Evangelho]; era um ser recém criado para o Novo Mundo do amor de Deus; era um ser peregrino e a caminho de uma Morada Definitiva.


Para Paulo tudo se vinculava ao amor de Cristo, único poder capaz de “constranger” alguém à entrega da vida ao amor a fim de ser recriado em Deus.


O resultado prático, diz Paulo, é que tal nova pessoa anda em sinceridade, sem malicia e sem astúcia, completando na vida os sofrimentos de Jesus; e, além de tudo, sendo capaz de viver acima das circunstancias; pois, sendo perseguida, não se é destruída; sendo abatida, não se é derrotada; sendo qualquer coisa..., não se é, todavia, abalada pela existência.


E mais:


Essa nova criatura não se impressiona com a criação presente, como se fosse aqui e agora, neste mundo, que a recompensa do ser se estabelecesse em plenitude.


Não! A Nova Criatura, o Novo Homem, que se renova segundo Deus, sabe que o seu “homem exterior” se corrompe, adoece, se desgasta, é mortal e vulnerável. Entretanto, ele sabe que “seu homem interior” se renova de dia em dia.


Assim, segundo Paulo, essa nova criatura, o novo homem, se renova na medida em que se desgasta e se corrompe em fraqueza física.


Paulo, porém, além de dizer tudo o que o Novo Homem pode começar a ser e provar Hoje [Perfume, Transfiguração, Novo Gênesis, uma Tenda Mutante a caminho de se tornar Edifício Eterno], também diz que como se trata de uma Nova Criação, nela as culpas antigas já passaram; pois, como Criador, à semelhança do que Ele fez no principio, quando de uma Terra criada, porém sem forma e vazia, fez uma Nova Criação — do mesmo modo, assim é com o Novo Homem, pois, as catástrofes antigas já passaram, e, do caldo do caos, tudo se fez novo.


Desse modo, sem culpa e sem medo, apenas movido pelo constrangimento do amor, consciente da transitoriedade de todas as coisas presentes, o Novo Homem se oferece a Deus com sinceridade, pureza e uma mente nova; sem o fermento da malicia; e, assim, sem que note, começa a cheirar muito bem [ainda que alguns não gostem do aroma do amor]; e, também, sem que perceba, irá mudando de face, ficando sutilmente parecido com Jesus; e mais: crescerá todos os dias na consciência de que o Pai não cessa de criar em sua vida; o que faz com que o Novo Homem ande aberto a todas as conversões, sendo por isto que ele assume que sua atual morada e estado são totalmente transitórios. Afinal, ele hoje vive em uma Tenda, mas está a caminho de um Edifício Eterno.


O resultado simples é que o Novo Homem não se contenta em apenas ser quem agora seja em Cristo, mas, também, além disso, ele persuade os homens acerca de Jesus.


Leia II Coríntios de 2 a 5 e medite você mesmo!




Nele, que nos chama a deixarmos as coisas da velha criação e entrarmos no ambiente da Nova Vida,


Caio

sexta-feira, 9 de abril de 2010

QUANTO À PALAVRA NO CAMINHO...

Que o Espírito Santo ilumine o seu olhar com a luz da simplicidade




A ênfase do “Caminho da Graça” não é no “Livro Bíblia”, mas na Palavra de Deus que nela a pessoa pode encontrar se a ler com o coração limpo de doutrinas religiosas, e se buscar entender tudo, antes de qualquer coisa, comparando o que se entendeu com o que se vê Jesus viver, praticar e ensinar enquanto segue...

O mais importante de tudo é que você leia como você lê qualquer outro livro; sem magia na leitura; buscando entender a leitura como você faz quando lê qualquer texto; pois, a inspiração bíblica não está “em códigos secretos”; antes está em palavras simples, que podem ser entendidas por todos, especialmente por todo aquele que buscar ver cada coisa que julgue ter entendido, comparando com o modo como Jesus vivia, pratica e ensinava todas as coisas...

Sim, pois a Bíblia é um livro feito de muitos livros, que são as Escrituras consideradas sagradas; mas, nem a Bíblia, o livro, e nem as Escrituras, o texto, são a Palavra Plena de Deus; posto que a Palavra Toda só tenha se materializado em Jesus, não em um livro, nem em muitos livros, nem em todas as Escrituras; posto que a Bíblia sem Jesus não faça bem; as Escrituras sem Jesus não tenham um foco e um nexo; visto que Jesus, Emanuel, Deus conosco, Ele e somente Ele, seja a Palavra, o Verbo, a Revelação Plena de Deus em todas as coisas.

Assim, ao ler, leia mesmo; leia sem medo; leia sem magia e sem fantasia...

Sim, leia como quem lê...; e apenas faça isto conferindo cada coisa com o que você encontrar acerca de Jesus e de Seus modos durante a leitura dos Quatro Evangelhos, Mateus, Marcos, Lucas e João.

Leia com a simplicidade dos leitores meigos e carinhosos; e, ao final, sem fazer força alguma, você verá que nunca mais lerá a Bíblia de outro modo, pois, ao ler tendo Jesus como a Chave para Entender as Escrituras, você verá que não há mistério; e que o que se entende é o que se entende mesmo; posto que a Palavra seja para todos; e seu entendimento não esteja vedado a ninguém que faça a leitura com o olhar puro e limpo de interpretações prévias e de dogmas predefinidos pela religião.

O profeta disse em nome de Deus: “O meu povo perece por falta de entendimento”.

Ora, o mesmo se pode dizer hoje, em plena Era da Bíblia como bestseller, pois, se de um lado nunca se vendeu tanto o livro Bíblia, de outro lado ela nunca foi tão pouco lida, meditada e conhecida em seus conteúdos.

Em geral as pessoas compram uma Bíblia para ter em casa, muitas vezes como um amuleto cristão. Outros compram apenas para usar nas reuniões que freqüentem... Entretanto, faz tempo que aqueles que se dizem discípulos de Jesus pararam de ler a Bíblia todos os dias.

Os dias são maus... Mais do que nunca se requer que todo aquele que confesse Jesus como Senhor mergulhe dia a dia mais profundamente no conhecimento da Palavra.

Que o Espírito Santo ilumine o seu olhar com a luz da simplicidade.

Nele, Jesus, que é a Palavra eterna pela qual se pode compreender não apenas a Bíblia, mas a própria existência,

Caio

sábado, 3 de abril de 2010

JESUS NÃO QUER DIREITO AUTORAL... será que Ele não era evangélico?...


O homem era cego de nascença. Jesus lambuzou terra com saliva, fez um lodo, e emplastou nos olhos do homem sem pedir licença.



Obviamente o homem obedeceu Jesus, quando disse “Vai lavar-te no tanque de Siloé!”


Afinal, quem não iria?...


Não fosse por obediência seria pelo desconforto da lambança causada por Deus em sua cara...


Depois de lavado e curado o homem voltou como um bezerro feliz e pulante...


Entrou no templo aos saltos e gritos...


Perturbou a ordem...


Então, como os religiosos donos do templo soubessem que ele fora cego e que agora via, quiseram saber quem havia cometido o crime de curá-lo...


“Não sei!”... — era só o que o homem sabia...


A briga entre os líderes religiosos e o ex-cego continuava...


Acareações... Com o pai e a mãe... Com o cego...


No final expulsaram o cego do templo...


Jesus via tudo de longe...


Não entrou na briga...


Não reivindicou o direito autoral...


Então encontrou o ex-cego sozinho; expulso do templo, mas cheio de luz...


“Crês tu no Filho do Homem?” — indagou Jesus.


“Quem é Senhor, para que eu Nele creia?”...


“Já o tens visto, e é o que fala contigo!” — disse-lhe Jesus.


Então o homem disse: “Creio, Senhor!”; e o adorou...


O cego nunca vira Jesus antes...


Jesus, no entanto, disse: “Já o tens visto...”


Alguém diria: “Claro! Estava vendo Jesus, só não sabia quem Ele era!”


Entretanto, o que Jesus diz é mais que isto...


Sim, o homem já O tinha visto antes mesmo de ser apresentado a Jesus depois de ser expulso por ter ficado curado!


Quem dizia o que ele disse aos donos do templo já demonstrava que vira Jesus, não com os olhos, nem em razão de informações, mas exclusivamente porque mesmo nada sabendo, cria que Aquele que lhe abrira os olhos era Alguém que se fazia conhecer sem propaganda, mas era assim mesmo Aquele que mesmo quem não O conhecesse, jamais deixaria de saber Quem Ele era ainda que se não tivesse qualquer informação...


Jesus costuma curar e não se mostrar...


Aliás, Ele quase nunca se mostra...


Ele é paciente e benigno, não se ufana, não se ensoberbece, não age inconvenientemente, não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade...


Jesus não faz propaganda de nada, nem de Jesus!


Ele apenas faz...


E quem quiser aprender com Ele, aprenda; pois, Ele é manso e humilde de coração!


Naquele dia Jesus dirá a muitos que na História não o viram: “Já me tens visto!... Sou eu! Eu que falo contigo!”


Eu amo Jesus cada dia mais; especialmente quando vejo que Jesus se interessa mais pela gente aflita do que pelo nome Jesus.

Jesus! Eu amo a Tua humildade e confiança suave no poder do amor!


Nele, que se revela a quem jamais saberemos,


Caio



O PIOR E O MELHOR DA EXISTÊNCIA!... você quer?


Nada pode fazer maior mal mental e espiritual a um ser humano individualmente do que o ódio que se veste de auto-piedade.


Sim, pois pelo ódio todas as ações de um homem se fazem justas aos seus próprios olhos. Ora, um homem justo aos seus próprios olhos vira satanás; sim, se torna o acusador da vida e de tudo o que nela exista...

Quando o ódio se veste de auto-piedade, então, dois demônios para a alma nela se instalam, fazendo surgir um “terceiro termo psicológico”, que é o ódio amargurado.

Digo isto por admitir que exista o ódio ativo e valentemente perverso, que é o ódio que sentem e praticam os fortes de desgraçado espírito, e a História na maior parte das vezes é, foi e será feita de tais ambições do ódio que se vinga dos que odeia pelo ódio —; ao mesmo tempo tenho que também admitir a existência do ódio fraco, que é aquele que se veste de pena de si mesmo, o qual gera não apenas a inviabilidade de que qualquer coisa dê certo para tal pessoa, mas, além disso, inviabiliza qualquer existir ao lado de tal pessoa; a qual, pela auto-piedade existe para sofrer a vida, e, por isto, mais odiará a humanidade e tudo o que seja caminho de paz; visto que em tal pessoa até os “amigos de ódio” são seus inimigos de existir; isto se não viverem para levá-lo nas costa; e mais: sempre como quem serve; pois, se for como amizade que ajuda, até esses sofrerão o ódio do recalcado que em razão da auto-comiseração odeia até ter que precisar de qualquer ajuda.

Gente assim sofre não de uma doença, mas de todas; visto ser habitada pela enfermidade/causa/essencial de todas as enfermidades na vida.

De outro lado cada dia vejo que as pessoas mais livres para ser e viver, são justamente aquelas que já morreram; e que tratam toda agressão humana como o fazem os defuntos.

Sim, simplesmente não podem mais falir, nem brigar, nem se ofender, e nem se fazerem escravos de nenhum existente/supostamente/vivo.

A ênfase do Evangelho é no morrer a fim de que se possa viver; posto que o existir sem o morrer para o mundo, apenas cria a existência de um ser cativo de medos, opiniões, impressões e do desejo de se impor e de se fazer vivo pela sua supremacia aparente imposta sobre os de-mais...

Houve um tempo em que eu fui um homem muito vivo, mesmo enquanto pregava a morte para que se entrasse na vida.

Graças a Deus, porém, morri e continuo a morrer todos os dias; e quanto mais morto me manifesto em relação ao mundo, mas sinto a vida de Deus me possuir; e ainda: mais me sinto sem medo de nada; mais me torno fraco e forte; sem nada, mas possuindo tudo.

Mas a verdade é que a gente só morre quando morre mesmo; posto que para se provar a vida plena não se pode estar apenas meio-morto.

Ora, esse morrer ou é um atropelamento do amor de Deus sobre a nossa supostamente viva existência; ou então ele acontece como quebrantamento; que é a benção apenas dos bem-aventurados que se tornam humildes de espírito, ou que por já serem humildes de espírito se tornam bem-aventurados.

Assim, o caminho para a vida é feito de morte para o mundo e suas importâncias e guerras, ao mesmo tempo em que em tal caminhar não pode haver jamais nem ódio e nem auto-piedade; mas tão somente a vontade ávida de se crescer em amor e verdade valente na manifestação de ser em Deus e diante dos homens.

Tal homem pode ser forçado a deixar a Estrada milhões de vezes, mas jamais mudará o seu Caminho!

Esses que assim são [...] — são vitoriosos contra a morte e contra a vida; contra anjos, principados, potestades e poderes; contra o presente, o passado, as alturas e os abismos; sim, pois tais pessoas andam apenas o seu caminho em Deus; sempre sabendo que nada pode separá-los do amor de Deus; e, portanto, fazendo deles gente não apenas vitoriosa segundo Deus, mas, além disso, também pessoas que vivem sem medo algum diante dos homens; e, por isto, sem serem mexidos na direção de seu andar.

Saiba isto:...

Qualquer incompetência amorosa, positiva e solicita será sempre mais útil à vida do que maior genialidade que seja amargurada, odienta e cheia de auto-piedade!

Antes de entender isso não peça ajuda a Deus por nada; nem busque Nele qualquer coisa; pois, creia: Jesus disse que nem Deus consegue ajudar aqueles que quando vêem alegria, choram, e quando vêem dor, gargalham.

Faça morrer sua vida neste mundo; e abrace a morte para o mundo como o diploma que o habilita à verdadeira Vida; aquela que não vem do mundo, mas da confiança contente no amor de Deus — ainda que não lhe haja qualquer afirmação de crédito humano.

Nele, que ensinou isto e praticou o que ensinou, sendo Ele o Caminho por ser o Único que nunca foi desviado do Caminho, da Verdade e da Vida,


Caio

sexta-feira, 2 de abril de 2010

A GRAÇA COMO BUMERANGUE: O QUE VAI, VEM!


Jesus disse, “Perdoe, e você será perdoado; tenha misericórdia, e você receberá misericórdia”.


O principio operativo é que perdão É perdão; assim como misericórdia É misericórdia.

Seu perdão ao próximo é o seu próprio perdão. O perdão que você dá é o perdão que você recebe.

Assim, se você sinceramente ousar perdoar seus próprios inimigos, você pode ousar receber todo perdão, pois é a mesma coisa.

“Perdoa-nos nossas dívidas ‘assim como’ nós perdoamos os nossos devedores”.

Quem sinceramente souber que todos precisam de perdão assim como ele mesmo, perdoa até setenta vezes sete vezes o irmão que lhe pedir perdão no mesmo dia.

Esta é a única receita, também, contra a hipocrisia.

O duro é ouvir “perdoa-nos ‘assim como’ nós perdoamos”.

A medida do julgamento que eu sofro é do tamanho do meu próprio rigor no julgamento que eu faço dos outros.

Todavia, o tamanho do perdão que recebo é também do tamanho do perdão que ofereço.

Assim, se há alguém que a todos perdoe e a ninguém julgue ou fixe julgamento, esse pode andar em paz, mesmo no abismo.
É uma ilusão pensar que podemos estar em paz com os céus enquanto o nosso coração não perdoa o próximo. Nunca haverá paz em tal coração.

Precisamos saber que assim como o céu é refletido no espelho da água, assim, também, o Céu refletirá o cenário do coração.

O principio é horrivelmente simples, e a resposta está na questão:

Não seria isto uma contradição você acreditar em perdão se você não perdoa? Por que, como pode você, de verdade, acreditar em perdão, se a sua existência é uma total refutação da existência de perdão?

Assim, acusar alguém diante de Deus, de fato, significa acusar a mim mesmo.

Eu não tenho comigo o engano de que posso “abrir um caso” contra o meu próximo diante de Deus, e não esperar que o caso seja voltado contra mim.

No Caminho que Jesus ensinou o inimigo é um “ser-sagrado”, pois é na minha relação com ele que estou construindo minha relação com Deus como uma pessoa perdoada ou culpada.

Não se engane. Deus não está ao meu lado se meu coração guarda ódio e rancor. Não é possível ter qualquer relação com Deus onde a Graça que eu recebo não seja também Graça com cara de perdão que se esparrama pelo chão da terra.

O que Jesus ensina é que se eu peço a Deus que julgue alguém porque eu julgo esse alguém digno de julgamento, eu estou é pedindo a Deus que julgue a mim.

No entanto, eu sei que quando me recuso a trazer acusação a quem quer que seja na presença de Deus, em minha consciência, posso também saber que a misericórdia de Deus estará sobre mim.

Seria isto uma virtude humana, uma salvação pela virtude do perdão humano?

Sim, é pela virtude do perdão, não do meu, e nem do nenhum de nós; mas é fruto da consciência em fé, que crê na misericórdia de Deus, por isto, expressa sua fé pelas suas manifestações de graça; visto que, em assim fazendo, apenas confessa com a vida, para o mundo, aquilo que ele crê que Deus é: amor e amor, para ele mesmo.

“Aquele a quem muito se perdoa; esse muito ama”—disse Jesus.

Não há nenhuma virtude humana em que perdão É perdão; pois a Graça só abunda onde a consciência de dívida se estabeleceu como insolúvel.

Então, quem pratica a Graça para com o próximo, o faz pela fé; pois que outra garantia ele teria de que seria e será perdoado senão sua confiança na Graça de Deus?

No Evangelho a fé sem obras é morta; e também é pelas obras que se manifesta a fé; embora, também no Evangelho, a grande obra da fé seja perdoar porque confessa assim a si mesmo diante de Deus.

Todavia, essa percepção já é pura revelação da Graça.

Assim, eu só consigo perdoar porque já estou de antemão convencido acerca do perdão de Deus dado a mim. Eu só consigo perdoar se creio que Ele me deu perdão primeiro. Pois minha relação com Deus é um encontro no qual eu preciso de perdão todos dias, e confesso minha fé no perdão de Deus quando perdôo o meu próximo, melhormente o inimigo.

Caio