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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O ECLESIASTES E OS CICLOS DA EXISTÊNCIA




O livro do Eclesiastes (3:1-8) nos diz que sob o sol há tempo para todas as estações da existência; e nele, no texto, não aparece nenhum espaço para um “homem de exceção” em relação ao que a sabedoria diz que a todos acontece.


Sim! Nem mesmo Jesus viveu a existência de outra forma.

Ele nasceu. Ele morreu. E, além disso, cada processo desta vida teve chão na experiência de Jesus.

Para Ele houve tempo de nascer e tempo de morrer; houve tempo de plantar, de semear, de pregar e de investir; assim como houve tempo de arrancar o que se havia plantado, abrindo espaço para as plantas que desejam produzir.

Para Ele houve tempo de matar, de dizer: “Nunca mais nasça fruto de ti” —; assim como também houve tempo de curar; e como curou!

Houve tempo de derrubar, de dizer: “Aqui não ficará pedra sobre pedra” — como também houve tempo de edificar, e de dizer o que Ele estava erguendo venceria até as portas do inferno.

Ah! Houve tempo de chorar, de lamentar a morte de gente boa de Deus e de soluçar dizendo a Jerusalém: “Quantas vezes quis eu reunir-te, mas vós não quisestes!”.

Houve tempo de rir com gente simples e com pecadores pouco graves — assim como houve tempo de prantear em solidão pela impossibilidade de encontrar um único companheiro no dia da Tentação.

Houve tempo de fazer vinho, beber e dançar com os que celebravam em Caná da Galiléia — à semelhança do tempo de imaginar o regresso de um filho amado, e como um pai grato se portaria ante a volta de quem já se tinha como morto e perdido; e, para Jesus, tal evento da Graça se celebraria com música e danças.

Houve tempo de espalhar pedras, que eram apenas pedras de tropeços para outros; assim como para Ele houve tempo de ajuntar pedras, as pedras que Ele usaria para construir sua catedral de amor, feita de pedros e outros seixos do rio da vida como ela é.

Sim! Houve tempo de abraçar crianças, velhos, amigos e até aqueles que eram os inimigos; embora tenha chegado também a hora na qual Ele afastou todos os abraços da falsidade.

Houve tempo de buscar o que se havia perdido; ou de encontrar aquele que, em sendo achado, seria uma grande surpresa para os que já davam o perdido como inachável.

Mas para Ele também houve tempo de perder e de lamentar que quem ouvira, não crera; quem tivera a chance, não a aproveitara; e quem recebera a benção, a rejeitara.

Embora para Ele também tenha havido o tempo de guardar, de esconder, de ocultar, de tirar da vista, de dizer que pérolas não se lançam aos porcos, e que certas coisas quando não acolhidas voluntariamente, passam a ficar ocultas para aqueles que as rejeitaram.

Por isso, Ele também teve o tempo de lançar fora, de dizer que o que antes tivera algum valor agora para nada mais servia do que para ser lançado fora e pisado pelos homens.

E mais:

Para Ele houve tempo de rasgar velhos panos da religião de Israel e de dizer que o pano com o qual eles se cobriam religiosamente não servia como vestes para o reino, nem mesmo como remendo.

Entretanto, houve também para Ele o tempo de coser; mas de coser apenas as relações que se refazem pela Graça do perdão.

Houve tempo de estar calado, de nada dizer, e de descer ao matadouro como uma ovelha muda perante os seus tosquiadores. Mas houve tempo de falar, e de falar tanto que Sua palavra se tornou insuportável para uns, enquanto outros, em perplexidade, diziam: “Ninguém jamais falou como este homem!”.

Porém, para Ele, houve somente tempo de amar, e nunca houve tempo de odiar; embora Ele tenha vivido o tempo todo em guerra, e, mesmo assim, jamais tenha deixado de levar em Si mesmo a Era da Paz.

A religião, todavia, em especial em suas corrupções ocidentais, busca e oferece uma existência sem alternâncias. Sim! Querem uma alternativa às alternâncias da existência.

Enganam o povo falando de uma existência na qual só se tem riso, só se abraça, só se ganha, só se dança, só se ajunta, só se constrói, só se nasce, só se encontra, só se agrega, só se celebra, só se fala, só se tem sucesso!

Então, vem a vida...

Chega o tempo de chorar, de lamentar, de prantear, de perder, de morrer, de sepultar, de arrancar, de espalhar, de lutar, de enfrentar, de calar, de silenciar, de emudecer, de rasgar, de jogar fora, de derrubar, e de desconstruir com as próprias mãos.

Então, o ser sem “Eclesiastes” na alma, sem a sabedoria da vida como ela é, se escandaliza, e se enfraquece, e se diz traído por Deus e perseguido por uma conspiração da existência...

Eu já comi muito doce nesta vida. Agora, com um diagnóstico de “diabetis” que me foi dado semana passada, chegou o tempo de não comer mais doce, até quando Deus quiser.

As estações mudam...

Papai de súbito teve que colocar uma sonda para poder urinar. “Paizinho! Paizinho!” — disse-lhe eu ao ouvir o que lhe está acontecendo desde o meio da semana que passou. “Não! Faz parte, meu filho!”

As estações mudam!

“Recebemos do Senhor as bênçãos, por que não receberíamos os males?” — indagou Jó a sua esposa, para quem a vida não podia ter todos os seus pólos e estações, do contrário, imaginava ela: “Onde está Deus?”.

Ora, o ciclo das estações do Eclesiastes não acontece sob as forças da chance, do acaso, do azar e ou da sorte. Não! Por trás delas há amor, há oportunidade, há sabedorias, há graça de Deus.

Alguém pergunta: “Como?”.

É que num mundo caído a gente só tem chance de encontrar a sabedoria para ser e viver se a encontrarmos entre os pólos da existência; pois, se existe o nascer e o morrer, com ambos há todas as demais coisas que à vida e à morte se associam na existência.

Em Cristo, no entanto, o que se aprende acerca de tal “processo inevitável” — é que pela sua própria inevitabilidade ele carrega a semente da Graça inevitável; pois, se em cada estação a pessoa que a viver amar a Deus, em todas elas tal pessoa descobrirá que todas as coisas cooperam conjuntamente para o bem de todos os que, em qualquer fase da vida, amam a Deus de todo o coração.

Sim! Faz parte! E apenas agrega valor à melhor parte, aquela que de nós jamais será tirada!

Nele, que é toda a nossa vida, em todas as estações e em todas as circunstancias,

Caio

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