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quinta-feira, 19 de maio de 2011

SEM CRUZ NÃO APARECE O EU-REAL JAMAIS…





Quando me referi ao fato de que o negar-se a si-mesmo é o processo que nos introduz no caminho que conduz ao eu-puro, não aludia a qualquer viagem que não seja no Evangelho e conforme o Evangelho; ou seja: não propunha nenhum caminho filosófico, nem psicológico a serem adotados [daí ter feito questão de diferenciar as coisas em relação a Jung, quanto ao Self]; e, nem tampouco, recorria a qualquer “terminologia” por empréstimo, seja de algum teólogo, filosofo ou fundador de caminho espiritual, como seria normal nos ensinos budistas; embora que, neste último caso, o eu-puro seria a iluminação final quando acontecesse o eu-nenhum.


Afinal, no Eu Sou todos os Eus Serão!

Sim! Todos os que desejarem a verdade em espírito e o espírito em verdade.

Jesus diz Eu com toda alegria.

O Eu, para Ele, é o que decorre do dom de vida consciente conforme a consciência em amor; dom dado por Aquele que diz Eu Sou.

Entretanto, para Jesus, dizer “eu” não significava ter um eu-real ou em processo de se tornar.

Por isto Jesus insiste em que há uma vida a perder [o si-mesmo] a fim de que se alcance a vida que é vida segundo Deus.

E mais:

Ele se refere ao “si mesmo” como algo que eu tenho que negar a fim de levar à cruz como decisão livre e consciente.

Paulo fala de um interior dividido em Romanos 7.

Esta é a psicose básica de todos os humanos.

Outra imagem usada por Paulo é a luta da carne contra o espírito.

Ora, a carne — com suas pulsões, paixões, obsessões, fixações, devaneios, pré-concepções, morais, éticas, cultura, comportamento assimilado, transferência de princípios nem sempre de vida, orgulho, vaidade, soberba, arrogância, imagem, reputação, gestão de impressões, angustia por ser um ser conforme a definição de ser dada por outros [o mundo]; e, sobretudo, de ser bem sucedido — é o bicho em guerra contra o eu-real, o qual deseja e se satisfaz apenas em e de Deus.

O eu-real é espírito.

Em I Corintios 2-3 Paulo apresenta o quadro do homem natural ou psíquico ou almático, em contra partida ao que seja o homem espiritual ou pneumático. E para ele não há duvida de que o homem natural é um ser pulsante em alma, mas não em espírito, menos ainda em verdade.

Entre ambos aparece o discípulo em processo..., porém, em estado de negação do eu, não do “si-mesmo”.

Trata-se do homem carnal, conforme ele chama a maioria dos discípulos de Corinto.

O homem carnal é esse ser no limbo, como no limbo está a maioria dos discípulos: entre o desejo espiritual e a pulsão natural; que é o que produz o homem carnal.

Ele nem opta pela vida no espírito, em um processo permanente, dia a dia, sempre, sempre se renovando, sempre não se conformando com os padrões do Si Mesmo Coletivo — nem tampouco se entrega ao existir por mera pulsão. De fato ele seleciona algumas pulsões para coibir e outras para indulgir, mas segue sempre entre ser e não ser; o que realiza o que não é.

Por isto o homem carnal fala de amor, mas vive de paixões; anuncia a graça, mas existe para fazer contas; diz que cumpre a Lei, embora seu interior seja perverso em todos os sentidos; proclama a paz, mas se alimenta de intrigas e antipatias; diz que foi salvo pela Cruz, mas prefere que o eu seja o si-mesmo e que o si-mesmo seja o eu dele, pois, de fato, não quer negar-se a si mesmo, e, assim, tomar a cruz do existir em perdão [“Eles não sabem o que fazem”], em misericórdia [“Hoje mesmo estarás no Paraíso], em humanidade sincera [“Tenho sede”], em amor pelos Seus [“Eis aí teu filho! Eis aí tua mãe], em amor por Deus contra toda razão [“Por que me desamparaste?], em certeza de paz porque já está tudo resolvido para sempre [“Está Consumado”], e, sobretudo, sabendo que o caminho da cruz leva o eu para as mãos do Pai: “Nas tuas mãos entrego o meu espírito”.

Este é o caminho humano do tomar a cruz, dia a dia, e andar após Jesus, seguindo-o... Como disse Pedro, fazendo das afrontas do existir o ambiente de negação do si-mesmo e de afirmação do eu-real, que somente se converte no que seja o seu chamado para ser se andar no caminho da cruz.

O Eu Real e Puro somente existe como decorrência do viver na Cruz. Entretanto, somente será o que pela fé já é, quando o processo terminar, quando este corpo de morte for absorvido pela vida; pelo eu que é segundo Cristo.

Neste mundo caído, sendo eu um ser caído, é assim que tenho de me tratar a fim de andar no caminho de Jesus.

Somente assim posso ser discípulo de Seus passos e de Seu ser.

Afinal, o chamado é para que eu me torne como Ele é!

Nele, que não é N’algo, posto que É,

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